TEXTO POR: JOÃO PEDRO EBOLI
Olá, terráqueos! O tema deste miniartigo informativo é: lixo. Lixo que polui, que mata, que destrói. Lixo que, segundo o Estado e muitas empresas privadas, deve ser jogado "fora". Mas, "fora" para onde? "Fora" para os rios, lagos, campos a céu aberto, "lixões", aterros sanitários? Para "fora"? Ou seria para dentro?: para dentro da natureza, de nossos lares, de nós mesmos…
Olá, terráqueos! O tema deste miniartigo informativo é: lixo. Lixo que polui, que mata, que destrói. Lixo que, segundo o Estado e muitas empresas privadas, deve ser jogado "fora". Mas, "fora" para onde? "Fora" para os rios, lagos, campos a céu aberto, "lixões", aterros sanitários? Para "fora"? Ou seria para dentro?: para dentro da natureza, de nossos lares, de nós mesmos…
O problema dos tais "resíduos sólidos" vem cada vez mais assombrando a humanidade, ameaçando extingui-la, junto ao aquecimento global e à devastação ativa dos ecossistemas naturais do planeta Terra. Como disse em minha pequena consideração sobre a Semana Mundial do Meio Ambiente, neste mesmo blog; precisamos entender que necessitamos da natureza para SOBREviver. Sem esta, não há qualquer sustento às sociedades humanas; seja subsistencial, seja comercial.
Atualmente, o lixo é majoritariamente armazenado em "lixões" e aterros sanitários. A diferença básica entre os dois tipos de armazenamento é que o "lixão" é irregular e desorganizado, e o aterro sanitário é um sistema planeado em camadas funcionais, tentando evitar grande volumes e impactos ambientais. Ambos métodos são extremamente ineficientes em termos socioambientais: poluem o solo, são antros geradores de vetores patológicos (como ratos ou baratas), contaminam corpos d'água subterrâneos (lençóis freáticos, poços artesianos etc.), emitem quantidades ingentes de gases-estufa (principalmente de metano (CH4) e dióxido de carbono (CO2)) devido à decomposição de matéria orgânica; além de propiciar empregos informais miseráveis a muitas pessoas com péssimas condições socioeconômicas.
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ATERRO SANITÁRIO DESCONTROLADO |
Justamente
pelo fato de que maneiras de tratar o lixo como aterros sanitários ou "lixões" são
extremamente ineficazes e socioambientalmente insustentáveis, devemos procurar
inovadoras formas de gerir os resíduos sólidos descartados. Projetos como a
Cooperativa dos Recicladores de Dois Irmãos, o Sistema Unisold® e a Edukatu são fundamentais neste processo de ação para transformar o modo com o qual convivemos com a natureza – seja na ação ativa, seja na educação que conscientiza os indivíduos. Projetos que mostram como se pode, sim, de maneira lucrativa e eficiente, destinar corretamente o lixo, contribuindo à conservação do meio ambiente.
COOPERATIVA DOS RECICLADORES DE DOIS IRMÃOS
A usina é composta por doze (12) catadores
de lixo que, patrocinados pela empresa do ramo químico Braskem, realizam um
processo excepcional de reutilização ecologicamente correta do lixo produzido
no município de Dois Irmãos, no estado do Rio Grande do Sul. A cidade descarta
cerca de vinte (20) toneladas de resíduos sólidos por dia, sendo que somente vinte por cento (20%) desta
quantia é efetivamente reciclada. Este cenário repete-se em todos os municípios
brasileiros, e em quase todos em nível mundial; o que é uma situação
deplorável, pois estamos cada vez mais produzindo mais mercadorias industriais sem
efetivamente reutilizar aquelas que já foram descartadas, contaminando nosso
mundo com substâncias ecocidas. A cooperativa existe há mais de vinte (20) anos
tentando resolver essa adversidade em nível municipal, o que já configura uma imensa
transformação socioambiental - esta, atualmente, recicla boa parte dos descartes da cidade de
Dois Irmãos.
O processo de reciclagem nesta
instituição tem a seguinte dinâmica de funcionamento: ao chegar à usina, o lixo
é organizado de acordo com sua composição material; então, os dejetos são
higienizados, triturados e adequados para serem diretamente vendidos como
matéria-prima a diversos tipos de indústrias. O tratamento dos materiais
recebidos é feito de maneira ambientalmente sustentável e aumenta
substancialmente o lucro dos cooperandos pois o comprador já recebe a
matéria-prima pronta a ser reutilizada na produção de diversos artigos
industrializados. Ou seja, este projeto mostra o quão eficiente podem ser organizações empreendedoras que têm uma função ambiental significativa e
ainda seu lado social ativo – pessoas que provavelmente teriam empregos
miseráveis e renda baixa podem ter um alto lucro cooperando entre si e com o
meio ambiente.
Para saber mais a respeito da cooperativa:
–•–
RECICLAGEM UNISOLD®

Junto ao produto, veio o projeto
Reciclagem Unisold®, que tem como objetivo central produzir móveis
ambientalmente sustentáveis a partir das sacolinhas descartadas que são
derretidas e, então, compactadas, produzindo a inovadora "madeira
plástica". São fabricados bancos, cadeiras, mesas, vasos florais, pisos do
tipo deck e lixeiras, entre outros - todos feitos a partir de matéria reciclada
e biodegradável, sem a necessidade de cortar uma só árvore para produzi-los. O
mais interessante é que estes artigos não são vendidos convencionalmente,
somente podem ser obtidos através de um escambo por mais sacolas plásticas [já utilizadas], que
servirão na produção de futuras mercadorias da corporação Acinplas.
As imagens acima foram capturadas no campus do Colégio Anchieta, na cidade de Porto Alegre, no estado do Rio Grande do Sul – com exceção da primeira (com o piso do tipo deck) que foi retirada do website oficial do Sistema Unisold®. A escola obteve os móveis de "madeira plástica" reciclada por ter sido uma das vencedoras de uma gincana em grupo organizada e estimulada pela Edukatu, projeto vinculado ao Instituto Akatu que realiza diversos trabalhos inovadores na área da educação socioambiental. Na época (há uns dois (2) anos), o colégio possuía um grupo de voluntariado ecológico chamado "Caminhos Sustentáveis", que representou o mesmo no evento da Edukatu.
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